O Bruxo do Cosme Velho, apelido que ganhou força no meio literário quando Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema: “A um bruxo, com amor”, nasceu em 21 de junho de 1839, filho de Francisco José de Assis e da açoriana Maria Leopoldina Machado de Assis. Em 1884, mudou-se para a sua famosa residência na rua Cosme Velho, número 18.
Sua primeira publicação foi o poema “Ela”, no jornal Marmota Fluminense, em 1855, anos 16 anos. No ano seguinte, tornou-se aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Trabalhou como revisor de provas tipográficas e da livraria de Paula Brito, e foi bibliotecário para a Sociedade Arcádia Brasileira. Foi sócio fundador da Arcádia Fluminense, em 1865. Recebeu a Ordem da Rosa, no grau de cavaleiro, em 1867, uma ordem honorífica brasileira criada pelo imperador D. Pedro I. Casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais em 1869. Foi nomeado primeiro-oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas em 1873, e, mais tarde, em 1889, foi promovido a diretor da Diretoria do Comércio. Por fim, foi Diretor-Geral da Viação da Secretaria da Indústria, Viação e Obras Públicas em 1892.
Em 1897, participou da inauguração da Academia Brasileira de Letras e foi eleito seu primeiro presidente, cargo no qual permaneceu por mais de 10 anos.
Sua obra completa inclui:
Romances: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia (1878), Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Casa Velha (1885), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908);
Coletâneas de contos: Contos Fluminenses (1870), Histórias da meia-noite (1873), Papéis avulsos (1882), Histórias sem data (1884), Várias histórias (1896), Páginas recolhidas (1899), Relíquias de Casa Velha (1906);
Coletâneas de poesias: Dispersas (1854-1939), Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), Gazeta de Holanda (1886-1888), Ocidentais (1901), O Almada (1908);
Peças teatrais: Hoje avental, amanhã luva (1860), Desencantos (1861), O caminho da porta/O protocolo (1863), Quase ministro (1864), Os deuses de casaca (1866), O bote de rapé (1878), Tu, só tu, puro amor (1880), Não consultes médico (1899), Lição de botânica (1906), As forcas caudinas (1956);
Traduções: Suplício de uma mulher, de Delphine de Girardin (1865), Os trabalhadores do mar, de Victor Hugo (1866) e Oliver Twist, de Charles Dickens (1870);
Além de diversas crônicas, críticas, ensaios, comédias, sátiras etc. Foi colaborador de diversos jornais e revistas, como O Paraíba e Correio Mercantil, A Semana Ilustrada, O Futuro, Revista Brasileira, Jornal das Famílias, O Espelho, A Estação, Revista Brasileira, Diário do Rio de Janeiro, dentre outros.
Em 1904, sua esposa faleceu; a ela, dedicou seu soneto mais famoso: “A Carolina”. Em 29 de setembro de 1908, aos 69 anos, Machado de Assis faleceu no Rio de Janeiro e foi enterrado na sepultura da esposa no Cemitério de São João Batista. Em 1999, porém, seus restos mortais foram transferidos para o mausoléu da Academia Brasileira de Letras, o que só foi permitido pela família do escritor após a instituição propor que os restos de sua esposa também fossem transferidos.
Hoje, Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos maiores nomes na literatura brasileira, e suas obras são estudadas e apreciadas no Brasil e no exterior.